quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Anos 70 - Crise e cores

Aloha!

Esperança e caos, corrupção e autoristarismo, crise e cores, amadurecimento e distorção, gliter e gangsters.

  • Independência das Colónias Portuguesas em África
Na região central do  continente africano, o processo de descolonização já ocorria desde o finalzinho da dácada de 50, como é o caso de Marrocos, Tunísia e Guiné (Senegal,  Madagásca, Costa do Marfim, República do Congo e Camarões são alguns dos que se libertram ao longo dos anos 60), com uma mãozinha da Conferência de Bandung, em 1955, na Indonésia, que "pregou" respeito aos direitos fundamentais e à soberania das nações, entre outras coisas do tipo.

A Conferência de Bandung marcou a chegada dos povos do Terceiro Mundo à cena política internacional. A partir desta altura, mais de metade da população do globo começou a atuar no palco internacional como força política ativa e com uma consciência de identidade coletiva mais madura.
www.infopedia.pt



Mááááássssss...
Portugal insitia em não abrir mão de suas colônias na África. Até que em 25 de Abril de 1974, um golpe de Estado depôe o regime ditatorial e implanta o democrático. O peisódio, que ficou conhecido como Revolução dos Cravos, acelerou o processo de Independência na África e, em meio a assoladoras guerras civis, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Principe


República de Moçambique


  • Watergate
Resumindo:
Em 72, cinco pessoas foram flagradas instalando escutas no escritório do Partido Democrata em plena campanha eleitoral para presidência dos EUA. Por meses o Washington Post analisou o 'Caso Watergate' e descobriu, por meio de investigaçãoes dignas de Hollywood, com informante de nome falso e tudo, que o contratador dos arrombadores era ninguém menos que o presidente Richard Nixon, canditado a reeleição pelo Partido Republicano, não por acaso opositor aos Democratas...

Richard Nixon

O tal informante de nome falso acabou entrando para história americana com a fonte mais secreta dos últimos tempos. Só em 2005, 33 anos depois (!), o Garganta Profunda (parece ou não nome de vilão hollywoodiano?) revelou ser Mark Felt, um dos chefões do FBI à época.

E não fui a única a perceber um quê de suspense policial no fato. "Todos os Homens do Presidente", sob direção de Alan J. Pakula, levou 4 estatuetas do Oscar. Em "Nixton",  o presidente é interpretado por Anthony Hopkins. Até Forrest Gump - Um Contador de Histórias menciona o caso - distorcendo um pouquinho, mas tudo bem...

Dustin Hoffman e Robert Redford na pele dos reporteres que "desvendaram"  o caso Watergate, em Todos os Homens do Presidente

  • Guerra Civil em Angola e Moçambique
Na África, Angola e Moçambique, independentes de Portugal desde 1975, haviam feito a opção pelo socialismo. Mas as dificuldades para alcançar um grau mínimo de desenvolvimento eram enormes. Em Angola, os problemas vinham sobretudo da guerra civil travada contra um movimento de oposição armada, a Unita (União para a Independência Total de Angola). Em Moçambique, eram dois os obstáculos principais: um, a guerra de guerrilhas desenvolvida contra o governo e contra a própria população pela Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), ligada a antigos proprietários portugueses e a interesses da África do Sul; outro, não menos cruel, a seca (e a fome dela resultante).
www.aticaeducacional.com.br
Jonas Savimvi, político e guerrilheiro angolano  

  • Anos de Chumbo
Quem não ouviu falar em Aos de Chumbo ou matou aula de história ou ainda vai ouvir. Então, para não estragar a surpresa... uma letra da época (que adóóóro!!!)
     
Cálice
(Chico Bueaque e Gilberto Gil)
sempre achei que a parceria fosse com Milton...

Pai, afasta de mim este cálice,
Pai, afasta de mim este cálice,
Pai, afasta de mim este cálice
De vinho, tinto de sangue

Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta

De que me vale ser filho da santa (cale-se)
Melhor seria filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta

Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Deixa eu lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado

Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa


De muito gorda a porca já não anda (cale-se)
De muito usada a faca já não corta (cale-se)
Como é difícil pai, abrir a porta, (cale-se)
Essa palavra presa na garganta (cale-se)

Esse pileque homérico do mundo (cale-se)
De que adianta ter boa vontade (cale-se)
Mesmo calado o peito, resta a nuca (cale-se)
Dos bêbados do centro da cidade (cale-se)

Talvez o mundo não seja pequeno (cale-se)
Nem seja a vida um fato consumado (cale-se)
Quero inventar o meu próprio pecado (cale-se)
Quero morrer do meu próprio veneno (cale-se)

Quero perder de vez tua cabeça (cale-se)
Minha cabeça perder teu juízo (cale-se)
Quero cheirar fumaça de óleo diesel (cale-se)
Me embriagar até que alguém me esqueça (cale-se)




  • A Crise do Petróleo
A crise do petróleo volta a assolar o mundo. Provocada pelo embargo da OPEP (Oraganização dos Países Exportadores de Petróleo) aos Estaites e à Europa,
um dos seus objetivos seria aumentar o PIB dos países membros.
A partir da década de 70, descobriu-se que o petróleo é uma fonte esgotável, essa descoberta elevou o preço do produto, em pouco mais de sete anos o preço do barril de petróleo praticamente triplicou.
Isso provocou o aumento do valor de um produto primário dos países subdesenvolvidos, superando os produtos industrializados oriundos de países desenvolvidos.
 Foram vários os fatores que propiciaram a elevação do preço do petróleo, entre eles, a formação da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), formada pelos principais produtores de petróleo do mundo para unificar o preço do produto, promovendo assim um cartel internacional, além de controlar a oferta do produto no mercado.
O petróleo também serve como instrumento político para exercer pressão sobre as grandes potências mundiais.
Estados Unidos e Europa apoiaram Israel na guerra contra os Árabes, fornecendo armamentos, isso irritou os países Árabes, que utilizou o petróleo como meio de atingir as nações que apoiava Israel diminuindo a produção e elevando os preços.
O Brasil, após experimentar taxas impressionantes de crescimento econômico durante os anos do “milagre”, deparou-se com uma situação de restrição externa provocada pela 1ª crise do petróleo. A partir de 1973 o país começou a registrar vultosos déficits no Balanço de Pagamentos, em virtude da escalada dos preços internacionais do petróleo.
Os choques do petróleo e os altos preços sacudiram a indústria nacional, forçando grandes investimentos na prospecção de jazidas em território brasileiro para reduzir a dependência externa. Os primeiros frutos surgiram em 1981, quando a produção marítima superou a terrestre e, em 1984, quando a produção brasileira se iguala à importada, com meio milhão de barris diários.
www.ebah.com.br






  • Música Disco
A música disco (também conhecida em inglês disco music ou em francês discothèque) é um estilo musical e de dança criado no início dos anos 70, principalmente a partir de de estilos como o funk, soul e a salsa.
Inicialmente, popularizou-se entre latino-americanos e negros nas grandes cidades norte-americanas. Deriva seu nome da palavra francesa discothèque, que denotava um clube noturno ou boate com música tocada em discos em vez de bandas ao vivo, algo excepcional à época. O nome "disco music" passou a abranger as variedades mais aceleradas e dançantes do soul e do funk, com alguma influência do pop e da salsa.
Como todos os gêneros musicais similares, definir um único ponto de início é difícil, uma vez que muitos elementos daquilo que hoje se chama "disco music" aparecem em gravações bem anteriores ao seu "boom" (como exemplo, a gravação de 1971 do tema do filme Shaft, feita por Isaac Hayes). Em geral se pode dizer que os primeiras músicas disco' surgiram em 1973, no entanto muitos consideram a música "Soul Makossa", do africano Manu Dibango (lançada em 1972) como o primeiro sucesso da "disco music" (cf. Jones and Kantonen, 1999). No começo, a maioria das músicas era consumida por pequenas audiências, em clubes noturnos e de dança, e não por um público mais amplo, ouvinte de rádio.
Entre as tendências sociais que contribuíram para o crescimento da disco music estão o aumento de consumo de gravações musicais entre negros e hispânicos acima do consumo do público branco, além do aumento da independência financeira das mulheres, da liberação gay e a revolução sexual (conforme Jones and Kantonen, 1999).
Manu Dibango, provável precurssor da Disco Music
Entre as influências musicais que a disco recebeu estão o funk, o soul, a salsa e os ritmos musicais latinos ou hispânicas que originaram a salsa.
Alguns singles que foram sucessos mas não conseguiram muito destaque começaram com Shirley Co. (Shame Shame, Shame), George McCrae (Rock me Baby)em 1974.
No ano de 1975 é que a "disco' music" realmente decolou, com sucessos como "The Hustle" (de Van McCoy) e o primeiro sucesso de Donna Summer, "Love To Love You Baby" (gravado na Alemanha) atingindo os primeiros lugares.
Em 1975 ocorreu o primeiro grande sucesso da Disco com KC & the Sunshine Band (Shake your Booty e That´s the Way- I like it). Neste mesmo ano teve o lançamento do primeiro "disco mix" (música remixada por um disc-jóquei), com a música de Gloria Gaynor "Never Can Say Goodbye".
(...)
Donna Summer
O grupo sueco ABBA, que inicialmente fazia um gênero romântico, também embarcou no "fenômeno disco'", com Dancin' Queen, Money, Money, Money, Gimme, Gimme, Gimme, Super Trouper, Voulez-vous e outras.
A popularidade do estilo atingiu o auge na chamada Era Disco, entre 1977 e 1979/1980, em parte devido ao filme de 1977 "Saturday Night Fever", com John Travolta (traduzido no Brasil como "Os Embalos de Sábado à Noite"). Este filme também foi responsável pela taxação do grupo Bee Gees como artista disco', taxação esta fundamentada nos sucessos disco' do grupo que estiveram na trilha sonora do filme, como Stayin' Alive, You Should Be Dancing e Night Fever, além de Tragedy, que é posterior ao filme.

Bee Gees
O fenômeno disco' também aumentou a popularidade de algumas formas de dançar pré-coreografadas. Até no Brasil o estilo deixou sua marca, com a novela Dancin' Days, da Rede Globo de Televisão (em 1978) e o efêmero sucesso do grupo As Frenéticas.
O mais interessante da Era Disco, é que não somente havia um estilo de música, mas um estilo de vida, uma moda em torno disso tudo. As pessoas não estavam preocupadas com o amanhã e sim com o hoje, portanto a pista de dança, era o local ideal para "soltar" todas as repressões e se libertar, em todos os sentidos.
A moda ultrapassava o limite do ridículo, com sapatos plataformas (quanto maior melhor) tanto para homens como mulheres. Calças boca-de-sino e golas gigantescas das camisas de popeline estampadas (novidade na época).

tourolouco.wordpress.com
Aliás, o filme não importante apenas por ter sido um sucesso de bilheterias no mundo inteiro. A Disco Music andava cambaleando, meio capenga... Até John Travolta resolver o problema com uma jogadinha de braço: A salvação da Discothéque vem das telonas! Símbolo incontestável da disco music, o filme lançou até verbo: travoltear!
Tony Manero "travolteando"

E é também nos anos 70, em 1799, na verdade, que eterno Rei do Pop lança uma de suas pérolas, o Off The Wall, disco que traz mega-hits do cantor, como "Don't Stop 'Til You Get Enough" e "Rock With You".

  • Rock e suas vertentes
A incorporação de instrumentos de música erudita no rock já havia se iniciado dos anos 60, mas só ganhou ares de movimento (também derivado da psicodelia sessentista) no início dos anos 70, no que é conhecido como rock progressivo. Diversos artistas se reuniram na proposta, sendo os de grande destaque Pink Floyd, com The Dark Side of the Moon, John Lennon, Genesis, Yes, Jethro Tull, Emerson, Lake & Palmer, os alemães do  Kraftwerk e italianos do Formula Tre, Rush, da cena Canadense. No Brasil, destaque para Rita Lee & Tutti Frutti.
Surge o glam rock, onde o chique e o glamour faziam parte do visual. David Bowie, com o seminal disco The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders From Mars
 A aceleração e distorção do blues, dando origem ao hard rock, também havia se iniciado ainda nos anos 60, mas foi na década de 70 que ela surgiu com toda a força. Led Zeppelin, Deep Purple e KISS são destaques. Na relação rock e blues, os Rolling Stones têm a sua fase mais criativa no início da década.
O fim dos Beatles foi emblemático do fim de mais uma era no rock. Haviam sido talvez a banda que mais ajudara na transição entre o rock básico de letras simples dos primeiros tempos ao rock mais complexo e sério musicalmente e liricamente. Não mais apenas diversão e produto de consumo o rock era definitivamente encarado como expressão artística e social.
O publico de rock se dividia em duas frentes, a dos adolescentes mais interessados nos hits singles de bandas teoricamente "descartáveis" e a dos já amadurecidos rockers dos primeiros tempos, em busca de experimentação, letras elaboradas, álbuns completos.
O rock progressivo começava a se apresentar ao grande público e Greg Lake, após abandonar a banda King Crimson, formava a clássica banda Emerson, Lake & Palmer (acompanhado de Keith Emerson e Carl Palmer), cativando um público cada vez mais sério. O álbum Deja Vu de Crosby, Stills, Nash & Young, é o mais vendido do ano nos estados unidos. Com a aquisição do baterista Phill Collins a banda Genesis iniciava sua careira de sucesso.
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Emerson, Lake & Palmer
Em 1975, paralelamente ao rock elaborado das bandas progressivas ou de hard rock (o Queen lançava seu excelente primeiro disco auto-entitulado) e ao rock comercial glam, surgia nos pequenos bares e casas de show dos Estados Unidos um movimento musical underground marcado por descompromisso e cheio da autenticidade e da real rebeldia que faltava a estes primeiros. Em pequenos locais (como o emblemático CBGB em New York) bandas como Blondie e Ramones. O estilo era marcado pelo "do-it-yourself" (o lema punk: Faça você mesmo!), a possibilidade de qualquer um (mesmo que não sabendo tocar) montar uma banda.
Foi responsabilidade de Malcon McLaren, até então dono de uma loja de roupas de couro (de certa forma uma sex shop) em Londres, o aproveitamento do novo estilo como algo comercial. Não tendo sido bem sucedido em empresariar a banda americana New York Dolls (que já estavam em franca decadência), McLaren voltou a Londres com a finalidade de montar ele próprio uma banda usando o padrão que havia conhecido nos Estados Unidos. Entre clientes de sua loja recrutou quem tivesse os parcos conhecimentos musicais necessários para formar a banda Sex Pistols. Acrescentaram à música simples e alucinada dos punks americanos letras anarquistas e mais agressivas. Seu primeiro hit foi Anarchy In The Uk, em 1975.
Sex Pistols
O punk criado nos estados unidos e popularizado na Inglaterra (onde logo viria a se tornar um movimento social do proletariado e não mais apenas um estilo musical) foi uma resposta necessária ao rock que estava se levando a sério demais, aos álbuns duplos conceituais, aos solos de dez minutos e às bandas que perdiam de vista o caráter de diversão do rock. O punk embora considerado por muitos anti-música foi na pior das hipóteses um mal necessário para mostrar e conter alguns exageros do progressivismo.
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Mas o punk e a new wave não eram a única alternativa à onda "disco" que assolava a música. Começava a se formar na Inglaterra com bandas como Judas Priest, Samsom e principalmente Iron Maiden o que viria a ser conhecido como New Wave Of British Heavy Metal, a resposta do som pesado e elaborado à sonoridade simples do punk. O hard rock também dava sinais de renovação com o primeiro álbum auto-entitulado da banda Van Halen em 1978.
whiplash.net

  • Cinema
Em 1971, Woody Allen lançou “Bananas”, filme que anunciou a renovação que o cinema norte-americano passaria nos anos 70. Na década, surgiram alguns dos mais inspirados diretores contemporâneos como Martin Scorsese, Francis Ford Coppola, George Lucas e Steven Spielberg. De um cinema adulto com filmes que mergulharam nas almas de seus personagens, como “Sob o Domínio do Medo” (dir. Sam Peckinpah, 1971), “Laranja Mecânica” (dir. Stanley Kubrick, 1971), “O Poderoso Chefão” (dir. Francis Ford Coppola, 1972), “Taxi Driver” (dir. Martin Scorsese, 1974) e “Apocalypse Now” (dir. Francis Ford Coppola, 1979), a década terminou com o domínio do cinema feito para adolescentes. Teve também o sucesso dos “filmes de catástrofes”, como “Aeroporto” (dir. George Segal, 1970), “Terremoto” (dir. Mark Robson, 1974) e “Inferno na Torre” (dir. John Guillemin e Irwin Allen, 1974).
Laranja Mecânica
Apesar de tantos clássicos produzidos por aqueles que estariam entre os maiores diretores de todos os tempos, um filme símbolo dos anos 70 é aquele que alimentou a febre da onda das discotecas. “Os Embalos de Sábado à Noite” (dir. John Badham, 1977) traz John Travolta no papel de Tony Manero, um jovem que trabalha como balconista, sem perspectivas, que encontra sentido para sua vida apenas nas pistas de dança das discotecas de Nova Iorque.
No Brasil, os filmes do “cinema da Boca” e os patrocinados pelo mecenato estatal da Embrafilme mostravam as duas faces da produção cinematográfica nacional. De um lado um cinema marginal representado por diretores como Ozualdo Candeias, Rogério Sganzerla, Carlos Reichenbach, David Cardoso e José Mojica Marins, o Zé do Caixão. De outro, os filmes produzidos pela Embrafilme dos diretores Cacá Diegues, Nélson Pereira dos Santos, Hector Babenco, Neville de Almeida, Arnaldo Jabor e Bruno Barreto, entre outros. O resultado ia de filmes escrachados como “Bacalhau” (dir. Adriano Stuart, 1975), uma sátira do sucesso “Tubarão” (dir. Steven Spielberg, 1975), ao cinema autoral de Walter Hugo Khoury , além de uma vasta produção de pornochanchadas, como “O Bem Dotado, o Homem de Itu” (dir. José Miziara, 1978).
pessoas.hsw.uol.com.br

E como é de praxe, uma listinha das melhores produções da década, desta vez, segundo o blog "O Mundo dos Cinéfilos"

O Último Tango em Paris
Monty Python em Busca do Cálice Sagrado
Taxi Driver
O Poderoso Chefão
Amarcord
Apocalypse Now
A Última Sessão de Cinema
Bye Bye Brasil
Noivo Neurótico, Noiva Nervosa
Operação França




  • Moda e Comportamento
A década de 70 foi uma das mais ricas na história da moda. Até hoje, a época serve como inspiração para os estilistas que acabam trazendo de volta algumas peças. O período foi de revolução e marcou um salto no comportamento dos jovens, na música e na liberação sexual da mulher. Foi a época do Festival de Woodstock, do movimento hippie, da onda disco, etc. A moda também deu um salto. Para os homens, deixou de ser formal e ganhou um toque colorido e psicodélico. Para as mulheres, passou a ser romântica e despojada: com cabelos desalinhados, saias longas ou curtíssimas com inspiração indiana, batas e estampas florais ou multicoloridas. Além disso, o unissex entra na moda com suas boca-de-sino e sapatos plataforma.
A moda glitter também emplacou nos anos 70: futurista, metálica e andrógina, personificada na figura do camaleão David Bowie. O "paz e amor" foi cedendo espaço à moda disco que aqui no Brasil atingiu seu ápice com a novela Dancin Days.

(...)
Esta é a moda que caracteriza os anos 70: hippies e românticos. Os revolucionários dos anos 60 começaram a se acalmar nos anos 70. O “hipismo” teve início em uma comunidade idealística que vivia em Haight-Ashbury, distrito de San Francisco, se esquivando da convocação militar para lutar no Vietnã.
Originalmente concentrada em um estilo de vida ideal, sem guerras e competições de ego, o hippie acabou virando modismo. O estilo hippie teve uma exposição global em 1969 durante o festival de Woodstock, em Nova York, influenciando milhares de pessoas a adotar o visual.
(...)
Os primeiro hippies rejeitavam o consumismo e olhavam para o Oriente como inspiração religiosa. A devoção a culturas e religiões exóticas foi absorvida também nas roupas. Sob forte inspiração étnica, ciganas, túnicas indianas, estampas florais e símbolos da paz se misturaram ao básico americano, como o jeans e a camiseta;
A onda do anti-consumo deixou os cabelos crescerem em desalinho. Elegeu os brechós como alternativa para agregar ao visual hippie ícones nostálgicos dos anos 20 e 30, como os chapéus desabados, veludos, cetins e estolas de pluma que ao serem usados por ídolos como Janis Joplin ou Jimmi Hendrix viravam manias;
O ácido (droga) estava sendo testado criando uma fase “psicodélica” que influenciou todas as expressões de arte, da música e da moda;
A onda do feito a mão valorizou tinturas especiais como o “tie-dye” e os trabalhos de “patchwork”, além de toda uma admiração ao artesanato manual que vende bem até hoje nas feiras chamadas de hippie;
Os estilistas cultuados na época eram Thea Portes, que fazia roupas com sofisticados tecidos árabes e turcos, e Laura Ashley, a dama do estampado “liberty”, ambos com lojas em Londres.
"Faça o amor, não a guerra" era o lema do início da década que acaba influenciando a moda. Entre túnicas batik, micros e maxi saias, o jeans acaba sendo o vencedor, de preferência surrado e cheio de enfeites. Quando a década estava terminando iniciava o fenômeno das discotecas, que no Brasil teve seu auge na novela Dancin' days.
Algodões estampados com pequenas flores (Laura Ashely), anáguas com encaixes de renda, chapéus de palha adornados com flores, cabelos “pré-rafaelistas” suavemente ondulados.
O oriente exerce influência e sedução, mas o domínio foi do “Flower-power - hippie”, nascido em São Francisco, na Califórnia. Os jovens vestiam jeans bordados de flores, pantalonas tipo “Oxford” e saias longas e vaporosas até o chão.
Inicia o domínio de materiais mais sinuosos e suaves, tecidos para todos os tipos de roupa e peças coladas ao corpo realçando a silhueta natural.
Com as mulheres se posicionando em cargos anteriormente ocupados por homens, surgem as roupas formais com um deliberado corte masculino e visual unissex. Cores predominantes
Coloridos, tons naturais, metalizados, violetas e bordô, ferrugem e alaranjados.
(...)

Para os homens, a roupa deixa de ser formal. Próxima ao corpo tem lapelas largas nos casacos e calças boca- de-sino. As camisas ganham estampas florais inspiradas em ídolos do rock psicodélico. Esta década transformou a roupa masculina, deixando-as mais coloridas e estilizadas
www.portalsaofrancisco.com.br

  • Cronologia
Esportes

    21 de junho de 1970 - Brasil tri-campeão da Copa do Mundo de Futebol, realizada no México.

    Em 1972, são realizados os Jogos Olímpicos de Munique (República Federal da Alemanha).

    Em 1976, são realizados os Jogos Olímpicos de Montreal (Canadá).
Tri-campeonato

Ciência e Tecnologia


    15 de novembro de 1971 - A Intel lança o primeiro microprocessador do mundo, o Intel 4004.

    Em janeiro de 1972 é lançado o Odyssey 100, primeiro videogame do mundo.

    1975 - A missão espacial Viking I explora o planeta Marte.

    A televisão em cores começa a se tornar popular no final dos anos 70.
Odyssey 100

Guerras, Golpes Militares, Revoluções e Conflitos

    11 de setembro de 1973 - golpe militar no Chile, liderado pelo general Augusto Pinochet, derruba o governo de Salvador Allende.

    Com derrota dos Estados Unidos, termina a Guerra do Vietnã.

    25 de abril de 1974 - Revolução dos Cravos em Portugal acaba com o regime militar no país.

    Abril de 1975 - começa a Guerra Civil no Líbano.

    Abril de 1979 - Revolução Iraniana.
Revolução dos Cravos

Política

    15 de março de 1974 - O general Ernesto Geisel assume a presidência do Brasil.

    9 de agosto de 1974 - Após o caso Watergate, Richard Nixon renuncia à presidência dos EUA.

    15 de março de 1979 - o general João Baptista Figueiredo assume a presidência do Brasil.
Ernesto Geisel

Economia

    1973 - Crise mundial do petróleo - OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) aumenta o preço do barril em mais de 300%.

    1973 - Início do projeto do Eurotúnel e lançamento do primeiro Airbus.

    Início da década de 1970 - Brasil vive a fase do "Milagre Econômico".

Música

    Março de 1970 - Depois de muito sucesso, acaba a banda de rock Beatles.

    16 de agosto de 1977 - Morre o rei do rock, Elvis Presley.

    Bandas de sucesso da década de 1970:
Deep Purple, Black Sabath, Rolling Stones, Led Zeppelin, Kiss, Aerosmith, AC/DC, Sex Pistols, The Clash, The Ramones, Bee Gees, Queen, Iron Maiden, The Police, Pink Floyd,

    Músicos que fizeram sucesso:
    - Brasil: Gilberto Gil, Roberto Carlos, Caetano Veloso, Elis Regina, João Gilberto, Gal Costa, Tom Jobim, Erasmo Carlos, Rita Lee, Chico Buarque, Clara Nunes, Jair Rodrigues, Jorge Ben Jor, Raul Seixas, Tim Maia, Vinicius de Moraes,
    - Internacionais: David Bowie, Elton John, John Travolta, Donna Summer, Elvis Presley, Rod Stewart, John Lennon,  Bob Marley.


Televisão

    Programas que fizeram sucesso: Nacionais (Chico City, Vila Sésamo, Sítio do Pica-Pau-Amarelo, A Grande Família) e Internacionais ( Hulk, Cyborg, As Panteras, Havai 5.0)


    Desenhos que fizeram sucesso: Speed Racer, Pica-Pau, Pernalonga, Piu-Piu, Tom e Jerry, Gaguinho, Os Herculóides, Homem Pássaro, Popeye.   

 
Inté
e
Save Ferris



quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Anos 60 - "É proibido proibir"

Aloha!

Há uma máxima que diz "se você se lembra dos anos 60, é porque não esteve lá" (interpretações livre)

A década de 60 foi muito importante para a humanidade, uma época marcada por grandes acontecimentos e movimentos sociais a favor do homossexualismo, negros e do feminismo. Grandes fatos que até a década de 50 eram inaceitáveis e todos que fugiam do contexto econômico, político e cultural eram vistos com muito preconceito, mas a partir dos anos 60 as pessoas começaram a falar o que pensavam e lutarem por suas ideais.
www.blogers.com.br
I want to hold your hand
A day in the life

Achei um texto curiosíssimo, que mensiona o quanto a década de 60 parece estar dividida em duas: uma de 1960 à 1965 e a outra, claro, de 965 à 1969. Segundo o autor do texto (que eu sei quem é...), na "primeira metade" uma áurea mais infantil, inocente páira no ar. E isso é bem claro quando se analisa algumas manifestações ocorridas na época (marchas contra discriminação racial e a campanha de não-violência de Martin Luther King nos EUA, por exemplo) - dá pra ver o quanto as pessoas estavam ansiosas por mudanças que, finalmente, poderiam acontecer. Já na segunda... aquelas crianças, certamente, são agora (típicos) adolescentes - mudanças comportamentais, hormônios à flor da pele. Sexo, drogas, rock'n'roll e impeachments. Sabem... o lado negro da força! E olha essa: Os Beatles atravessaram (e foram muito importante em) toda a década. Então, o cara me faz essa analogia: A primeira metade é representada pela música "I want to hold your hand" - toda animadinha, toda love song; na segunda metade é a de "A day in the life" - toda meio biográfica, meio tediosa. GENIAL!!!!

(É! já citei, sim, A day in the life em outro post do GT)
Boatos da suposta morte de Paul McCartney
http://dralic.blogspot.com/2011/05/boatos-da-suposta-morte-de-paul.html

  • Revoluçaõ Sexual
A geração da contracultura foi a primeira a colocar em questão a tradição do amor romântico, passivamente aceita por todas as gerações anteriores. A descoberta da possibilidade de se amar várias pessoas ao mesmo tempo e ter uma vida afetiva mais rica, mais diversificada, foi a grande revelação. Todo mundo podia transar com todo mundo. Essa liberdade inédita, a famosa permissividade da contracultura, foi duramente criticada pelas gerações anteriores como promiscuidade e degeneração.
(...)
A liberdade sexual não acarreta necessariamente uma orgia permanente de maneira que ninguém faça mais nada na vida a não ser trepar o tempo todo. Isso só é assim na imaginação dos reprimidos. Na realidade dos que experimentaram essa liberdade, como os jovens da contracultura, há também moderação, equilíbrio e tempo de sobra para se fazer outras coisas.
A experiência da contracultura forneceu a evidência mais palpável, até hoje, da possibilidade de uma cultura governada pelo princípio do prazer e não pelo princípio da realidade, gerador de neurose. Ou seja: pode-se dizer que a experiência da contracultura foi a primeira experiência capaz de desmentir, na prática, a suposição de Freud de que não pode haver cultura sem repressão.
(...)
Ou continuamos a nos afundar no pântano da neurose coletiva, com suas manifestações secundárias de violência e doença a que estamos assistindo todos os dias, em toda parte, ou conquistamos a liberdade necessária para criar uma maneira de viver mais saudável e mais feliz.
www.camanarede.terra.com.br

Leia: Eros e Civilização, de Herbert Marcuse




  • Tecnologia

A década de 60 nasce ainda no clima de corrida espacial - que perdurava desde a década anterior. EUA vs. União Soviética. O que está em jogo? Só o universo...

Em 1961, os soviéticos enviam o primeiro homem ao espaço, o russo Yuri Gagárin, a bordo da Vostok I - sou eu ou tem cachaça com esse nome? O voo orbital durou 48 minutos. É de Gagárin a célebre frase "A Terra é azul!"

O americano Neil Armstrong é o primeiro homem a pisar na Lua, em 1969

Em termos de conquistas os soviéticos estavam melhor...
Era quase desesperador. O presidente Kennedy chegou a ponto de dizer  "Nós vamos à Lua e será ainda nesta década!".
Como o prometido, eles puseram a mão na massa. A espaçonave do Projeto Apollo - que custou 20 milhoes de dálares - foi a primeira a circum-navegar a Lua.
A missão Apollo 11 pousou no chamado "mar de tranquilidade" em 20 de Julho de 1969. Neil Armstrong e Edwin Aldrin entram para história como os primeiros a pisarem em solo lunar.

Neil Armstrong








Fato importante: Nossa bem-aventurada internê ('net' para os mais íntimos e preguisosos) finalmente começa a ser usada para fins, digamos, não-militares, mesmo que de maneira restrita. É que nos seus primórdios, a internet - ou ARPAnet - era utilizada apenas para comunicação entre as bases militares americanas - uma feliz paranóia da Guerra Fria!

  • Música
Ok. Foi só no finalzinho da década mas (dane-se a a sequência lógica!) eu quero começar com Woodstock.

O monumental festival realizado em Agosto de 1969, ancorado ao lema "3 dias de paz e amor", consagrou a rock como música símbolo do poderoso movimento jovem que revolucionava os costumes nos EUA a partir do início da década. Reprisado 25 anos mais tarde, o evento deu prova do vigor com que se implantara no gosto contemporâneo o ritmo ruidoso nascido como bandeira de rebeldia.

 O festival exemplificou a era hippie e a contracultura do final dos anos 1960 e começo de 70. Trinta e dois dos mais conhecidos músicos da época apresentaram-se durante um chuvoso fim de semana para meio milhão de espectadores. Apesar de tentativas posteriores de emular o festival, o evento original provou ser único e lendário, reconhecido como um dos maiores momentos na história da música popular.
O evento foi capturado em um documentário lançado em 1970, Woodstock, além de uma trilha sonora com os melhores momentos.


No primeiro dia (sexta, dia 15) apresentaram-se Swami Satchidananda, Sweetwater, The Incredible String Band, Bert Sommer, entre outros. Dia 16, entre outras coisas,  The Who, Jefferson Airplane, Grateful Dead, Creedence Clearwater Revival, Janis Joplin e Santana. No domingão, Joe Cocker, Country Joe and the Fish, Ten Years After, entre outros. E para fechar com chave de ouro Jimi Hendrix.

A revista Superinteressante cita o festival numa matéria especal do aniversário de 50 anos do rock (por André Barcinski)

Woodstock: lama e paz (15 a 17 de agosto de 1969): O auge do sonho hippie: meio milhão de pessoas se reuniram para celebrar a paz e o amor, sem policiais ou chuveiros para atrapalhar. Foram três dias de lama, drogas e muito rock’n’roll, ao som de The Who, Jimi Hendrix, Santana, Joe Cocker, Creedence Clearwater Revival, Janis Joplin, Grateful Dead e muitos outros.


Eu diria que os anos 60 foi mesmo da música de protesto, não só o folk, mas o próprio rock deixa de ser só entretenimento e passa a abranger temas mais políticos e socias. Mááásss...

Nem só de rock viverá o homem!

 Paralelamente ao rock, o som da Motown e a música soul também conheceram nos anos 60 sua época de glória, com grupos como The Supremes e The Temptations, sem falar em James Brwon e Aretha Franklin.

O jazz-rock do Blood, Sweat and Tears, o folk de duplas como Simon & Garfunkel e o nascimento o chamado "California Sound" trazendo importantes nomes como The Beach Boys e The Mamas and The Papas.

O Newport Folk Festival de 1965, o folk ganhou uma batida mais forte e amplificação vindos do rock e em troca forneceu sensibilidade poética e consciência social.

O maior significado desta música foi a demonstração de que o rock já demostrava sua tendência de absorver todos os idiomas músicais.
www.anaflavia.com.br

O bom e velho Reggae também surgiu nos anos 60, mais especificamente na Jamaica (claro!). O nome vem do som caracteristico das guitarras do reggae: O "re" é a nota descendente e o "gae", a ascendente. As letras geralmente falam de amor, crítica sócial e religião, por estar ligado ao movimento Rastafari.




A Jamaica também deu a luz ao Rap na década de 60. Nos bailes de rua, falava-se de violência e política. Dizem que o Sound Systems é o "inventor" do estilo, mas há sempre controvérsias.

A caliente Salsa nasceu em Cuba graças a mistura de mambo e rumba afrocaribenhos com bommba e plena de Porto-Rico. E mais tarde, para completar a salada, adaptou-se ao merengue da República Dominicana e ao calipso de Trinidad e Tobago.

 O Hip-hop é um movimento cultural iniciado no final da década de 1960 nos Estados Unidos como forma de reacção aos conflitos sociais e à violência sofrida pelas classes menos favorecidas da sociedade. É uma espécie de cultura das ruas, um movimento de reivindicação de espaço e voz das periferias, traduzido nas letras questionadoras e agressivas, no ritmo forte e intenso e nas imagens graffiti pelos muros das cidades. O hip hop, como movimento cultural, é composto por quatro manifestações artísticas principais: o canto do rap (sigla para rythm-and-poetry ou ritmo e poesia), a instrumentação dos Djs, a dança do break dance e a pintura do graffiti.
http://www.aceav.pt/blogs/anabelarajado/estilos/default.aspx

Top 13: Músicas memoráveis dos anos 60 (segundo o www.blogers.com.br)

• Hit The Road Jack – Ray Charles;
• She Loves You – The Beatles;
• Arrastão – Elis Regina;
• A banda – Chico Buarque;
• Rock Around the Clock – Bill Haley;
• Suspicious Mind – Elvis Presley;
• Hit the road Jack – Ray Charles;
• Twist and Should – The Beatles;
• I Wanna hold your hands – The Beatles;
• Satisfaction – The Rolling Stones;
• Jailhouse Rock – Elvis Presley;
• I Feel Good – James Brown;
• Age of Aquarius – The Mamas and The Papas.

  • No Brasil
 A vitória do futebol, na Copa do Mundo de 1958 na Suécia, marcava o início do sentimento de “ressurreição” do povo brasileiro como país importante no contexto mundial; o início da indústria automobilística brasileira, os momentos de glória de Pelé e Garrincha, a inauguração de Brasília em 1960, cidade projetada pelos arquitetos Lúcio Costa e Oscar Niemayer ajudaram o governo do Presidente Juscelino com o “slogan 50 anos em 5” a tirar proveito político desses fatos, aumentando o sentimento patriótico da população.

 O sucesso da bossa nova com aceitação internacional, a conquista do bicampeonato mundial de futebol em 1962 no Chile, a conquista da Palma de Ouro em 1962 pelo filme brasileiro dirigido por Anselmo Duarte “O Pagador de Promessas” em Cannes, as vitórias de Maria Esther Bueno no tênis e outras conquistas de afirmação nacional fizeram da década de 60 um período de grande exacerbação de nacionalismo. Além disso também aumentou o grau de conscientização política dos problemas e carências do povo brasileiro acirrando as disputas ideológicas entre os vários segmentos da população.

(...)

A cultura musical brasileira acompanhou todas essas mudanças com a afirmação da bossa nova e o surgimento das músicas de cunho social apresentadas principalmente nos “Festivais de Música Brasileira”, principalmente os da TV Excelsior e TV Record; assim surgiram  composições sociais de Sérgio Ricardo, Gilberto Gil, Chico Buarque de Holanda, Caetano Veloso, Geraldo Vandré, Teo de Barros, Torquato Neto, Heraldo do Monte, Airto Moreira, Hilton Acioli e muitos outros.

Compositores não engajados nos movimentos sociais também passaram a compor músicas de fundo social em função da censura imposta pelos governos militares da época.

(...)

A parcela de público que preferia músicas oriundas do rock passou a ter seu espaço musical com programas específicos na televisão cujo ápice foi o programa “Jovem Guarda” iniciado em 1965 com Roberto, Erasmo e Vanderléia permanecendo no ar pela TV Record durante vários anos.

 Sob influência da Jovem Guarda e dos Beatles nasceu em 1967 o Tropicalismo, movimento de vanguarda liderado por Caetano Veloso, Rogério Duprat, Gilberto Gil, Júlio Medaglia e outros; suas principais composições foram


" Tropicália“  "Domingo no Parque” e “Alegria, Alegria” onde era incentivada a universalização da música brasileira inclusive com utilização de guitarras elétricas e absorção de vários gêneros musicais: pop-rock, música de vanguarda, frevo, samba, bolero, etc.

 Assim na década de 60 três novas grandes vertentes musicais podem ser identificadas : bossa nova, músicas sociais de festivais e rock da jovem guarda; evidentemente músicas com ritmos tradicionais como samba, samba canção, músicas de carnaval e músicas regionais continuaram a ter seu espaço mas com menos divulgação e menor sucesso que as três citadas.
Dárcio Fragoso
www.paixaoeromance.com

  • Comportamento
(...)
A imagem do jovem de blusão de couro, topete e jeans, em motos ou lambretas, mostrava uma rebeldia ingênua sintonizada com ídolos do cinema como James Dean e Marlon Brando. As moças bem comportadas já começavam a abandonar as saias rodadas de Dior e atacavam de calças cigarette, num prenúncio de liberdade.

(...)
Conscientes desse novo mercado consumidor e de sua voracidade, as empresas criaram produtos específicos para os jovens, que, pela primeira vez, tiveram sua própria moda, não mais derivada dos mais velhos. Aliás, a moda era não seguir a moda, o que representava claramente um sinal de liberdade, o grande desejo da juventude da época.
(...)
Na moda, a grande vedete dos anos 60 foi, sem dúvida, a minissaia. A inglesa Mary Quant divide com o francês André Courrèges sua criação. Entretanto, nas palavras da própria Mary Quant: "A idéia da minissaia não é minha, nem de Courrèges. Foi a rua que a inventou"
(...)
O unissex ganhou força com os jeans e as camisas sem gola. Pela primeira vez, a mulher ousava se vestir com roupas tradicionalmente masculinas, como o smoking [lançado para mulheres por Yves Saint Laurent em 1966].
(...)
No Brasil, a Jovem Guarda fazia sucesso na televisão e ditava moda. Wanderléa de minissaia, Roberto Carlos, de roupas coloridas e como na música, usava botinha sem meia e cabelo na testa [como os Beatles]. A palavra de ordem era "quero que vá tudo pro inferno".
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  • Cinema
 Que jovem, em sã consciência, ficaria sentado em uma sala de cinema, assistindo a um musical açucarado ou a um épico hollywoodiano, quando, lá fora, o mundo real estava pegando fogo? Quando o assunto nas ruas era a violência da guerra, o despropósito do racismo, o sexo livre, a expansão da mente através das drogas, as últimas novidades do rock e tudo mais que rolava nos anos 60? Pois graças aos assentos vazios, o cinema americano logo sentiu que estava longe de poder proporcionar o tipo de diversão que os jovens da época queriam ter.

Foi da Europa que veio o primeiro sinal de para onde as lentes das câmeras deveriam apontar para competir com os apelos do mundo real. O filme “Blow-Up”, do italiano Michelangelo Antonioni, chegou lá em 1966, graças à primeira cena de nudez frontal feminina do cinema britânico e também a uma performance de Jimmy Page e Jeff Black,
Blow-Up

então na banda inglesa Yardbirds. No final do filme, eles tocam “Stroll On” para um desanimado grupo de jovens. Mas após a quebra da guitarra, em uma performance copiada da banda The Who, eles conseguem agitar a platéia, tanto do próprio filme, quanto os jovens reais do lado de fora das telonas. "Blow-Up" fez um enorme sucesso entre a juventude dos Estados Unidos. E, conseqüentemente, obrigou os estúdios americanos a contratar uma leva de jovens cineastas que tivesse aquela mesma pegada para produzir novos filmes.

Essa turma, formada por diretores e escritores como Woody Allen, Robert Altman, Michael Cimino, Francis Ford Coppola, Brian De Palma, Milos Forman, Stanley Kubrick, George Lucas, Roman Polanski, Sydney Pollack, Martin Scorsese, Steven Spielberg e Ridley Scott, começou a produzir filmes mais afinados com a realidade daquele período. Mais realistas, dinâmicos, com temas como sexo, política, violência e drogas, as novas produções conseguiram fazer a galera voltar às salas de cinema. Nascia então, em 1967, “Bonnie & Clyde”, considerado o primeiro filme dessa nova era hollywoodiana. Com uma mistura de violência, humor e sexo fez um enorme sucesso entre os jovens, abrindo caminho para outras produções, como “A Primeira Noite de um Homem”, “2001: Uma Odisséia no Espaço”, “O Bebê de Rosemary”, “Butch Cassidy ”, “Easy Rider- Sem Destino”, “Perdidos na Noite” e “Love History- Uma História de Amor”. Forma de fazer filmes que dominou o cinema americano até o final da década de 70.

Enquanto isso no Brasil, no início da década de 60, ocorria no meio intelectual uma intensa mobilização pela criação de uma arte “genuinamente nacional, revolucionária e libertadora”. Envolvidos por esta proposta, alguns jovens cineastas ligados ao movimento chamado Cinema Novo, tentavam a todo custo se descolar da estética hollywoodiana, o que significava produzir filmes com pouco dinheiro e realistas. Ou seja, que mostravam todos os problemas políticos e sociais do país a fim de conscientizar o público, apenas com uma câmera na mão. Só esqueceram que, para isso, eles tinham que levar as pessoas ao cinema. Coisa que o Cinema Novo não conseguiu, já que tinha como púbico apenas os intelectuais e os jovens universitários.

São dessa fase os filmes “Barravento” e “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, de Glauber Rocha, “Vidas Secas”, de Nelson Pereira dos Santos, e “Os Fuzis”, de Ruy Guerra.
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Cronologia

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Em 27 de fevereiro, protestos da população negra dos EUA contra discriminação racial espalham-se pelo Sul do país e provocam conflitos e prisões em várias cidades

O filme "Ben Hur", com Charlston Heston, conquista dez Oscar, um recorde, em 5 de abril

O presidente Juscelino Kubitschek inaugura a cidade de Brasília, a nova capital do país, em 21 de abril

Em 7 de agosto, as propriedades norte-americanas em Cuba são ocupadas por ordem do dirigente Fidel Castro, numa retaliação contra a agressão econômica dos Estados Unidos

Jânio Quadros é eleito, em 3 de outubro, como presidente do Brasil, com mais de 5,6 milhões de votos [48 % do eleitorado]

John Fitzgerald Kennedy é o novo presidente dos Estados Unidos, eleito em 9 de novembro. Ele é o primeiro presidente católico do país

Em dezembro, a FDA (Food and Drugs Administration) - órgão dos EUA responsável por alimentos e medicamentos - aprova uma pílula contraceptiva que será posta à venda no país no segundo trimestre do próximo ano

É o ano também do clássico filme "La Dolce Vita" ["Kubitschek"] de Federico Fellini, com Anouk Aimée, Anita Ekberg e Marcello Mastroianni


         1961    
     
Em 3 de janeiro, os EUA rompem relações diplomáticas com Cuba

Em 12 de abril, a União Soviética vence a corrida para mandar o primeiro homem ao espaço sideral, ao pôr em órbita o major da Força Aérea Iuri Gagarin, 27 anos, e trazê-lo de volta à Terra em total segurança

Depois de apenas seis meses e 25 dias de governo, Jânio Quadros renuncia à Presidência do Brasil, em 25 de agosto. O vice-presidente João Goulart é tido como sucessor do nacinalista Getúlio Vargas pelos oficiais das Forças Armadas e políticos de direita

Em 31 de agosto, um muro de blocos pré-fabricados de concreto [o Muro de Berlim], erigido com espantosa rapidez entre os setores Ocidental e Oriental de Berlim, é a resposta comunista aos alemães que rejeitam seu sistema e preferem partir para o Ocidente

Toma posse como presidente do Brasil, em 7 de setembro, João Goulart. Em seguida, no dia 8 de setembro, o Congresso aprova o regime parlamentarista, o que diminui os poderes do presidente. Tancredo Neves toma posse como primeiro-ministro do Brasil

Em 28 de setembro, um jovem compositor encanta Nova York. O repertório de Bob Dylan, então com
20 anos, inclui diversos estilos da música folk


          1962    
     
O filme brasileiro "O Pagador de Promessas", adaptação do produtor, diretor e ator brasileiro Anselmo Duarte da peça homônima de Dias Gomes, recebe a Palma de Ouro do Festival Internacional do Filme de Cannes, na França. É a primeira vez que um filme brasileiro ganha o prêmio máximo do festival

Em 11 julho, os norte-americanos assistem pela primeira vez imagens de televisão ao vivo da Europa, com a transmissão de um programa francês e outro inglês pelo satélite Telstar

A atriz Marilyn Monroe é encontrada morta, em 5 de agosto, em sua casa de Los Angeles, com um frasco de calmantes ao seu lado

O artista plástico norte-americano Andy Warhol faz as famosas pinturas de cédulas de dólar e de latas da sopa Campbell. Em agosto, faz as primeiras serigrafias de Marilyns e, em outubro, é incluído na mostra de arte pop, "The New Realists", realizada na "Sidney Janis Gallery", em Nova York 





Em 21 de novembro, a bossa nova conquista Nova York. Cerca de 3 mil pessoas lotam o Carnegie Hall, para assistir a uma apresentação dos músicos, compositores e cantores João Gilberto, Carlos Lira, Oscar Castro Neves, Luiz Bonfá, Sérgio Mendes, Bola Sete, Carmem Costa, José Paulo, Agostinho dos Santos, Sérgio Ricardo, Roberto Menescau, entre outros

Em 14 de dezembro, a espaçonave Mariner 2, dos EUA, transmite para a Terra as primeiras informações a curta distância já obtidas a respeito de outro planeta, ao passar por Vênus, a 58 milhões de quilômetros de distância

   
      1963    
     
Em 23 de janeiro, o Brasil volta ao sistema presidencialista. O ato do Congresso segue decisão do plebiscito realizado no dia 5 de janeiro, no qual 9 milhões de eleitores optaram pela volta ao presidencialismo

Em 2 de abril, Martin Luther King lança campanha não-violenta nos EUA pelo fim da segregação racial, o que viria causar a prisão de milhares de pessoas durante as marchas de protestos



A União Soviética coloca a primeira mulher no espaço em 19 de junho

O presidente dos EUA, John Kennedy, é assassinado a tiros, em 22 de novembro, quando desfilava em carro aberto pelas ruas de Dallas, no Texas (EUA). Pouco depois dos tiros fatais, a polícia prendeu Lee Harvey Oswald e o acusou do crime. Oswald também foi assassinado em 26 de novembro, quando era transferido de prisão, por Jack Ruby, proprietário de um cabaré em Dallas. Lyndon Johnson assume a presidência do país no lugar de Kennedy

Mais um sucesso do charmoso agente britânico 007, "Dr. No" ["007 Contra o Satânico Dr. No"], com Sean Connery e a sensual Ursula Andress. No filme, a célebre cena de Andress usando um poderoso biquíni branco


   

      1964     

Os Beatles viram febre também nos EUA. Em 11 de fevereiro, o quarteto desembarca no aeroporto Kennedy, em Nova York. O grupo chegou rapidamente ao sucesso na Europa no ano anterior. A música "I Want to Hold Your Hand", atinge o primeiro lugar nas paradas norte-americanas






Em 1º de abril, o presidente do Brasil, João Goulart, é deposto por um golpe militar. Assume o governo, o presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli. Em 15 de abril, o marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, assume a presidência e é divulgada uma lista de cassação de direitos políticos composta por 72 nomes, entre os quais parlamentares e oficiais do Exército leais ao ex-presidente João Goulart, exilado do país

No dia 13 de abril, Sidney Poitier é o primeiro negro a conquistar um prêmio Oscar de melhor ator, pelo filme "Lírios do Campo"



Em 2 de julho, o mais completo código de direitos civis da história dos EUA torna-se lei com a assinatura do presidente Lyndon Johnson. A lei proíbe a discriminação racial no emprego, em locais públicos, sindicatos e programas financiados pelo governo federal

Martin Luther King recebe, em 10 de dezembro, o prêmio Nobel da Paz, por sua luta pacífica pelos direitos civis. O francês Jean-Paul Sartre ganha o Nobel de literatura, mas recusa o prêmio, que segundo ele, poderia vir a interferir em suas responsabilidades como escritor junto aos seus leitores

O estilista norte-americano Rudi Gernreich lança o topless

   
      1965    
     
Em 18 de março, o cosmonauta soviético Alexei Leonov torna-se o primeiro homem a sair de uma espaçonave em órbita e flutuar no espaço sideral

Em 17 de abril, cerca de 15 mil estudantes se aglomeram em Washington diante da Casa Branca, sede do governo, para exigir pacificamente a retirada das tropas americanas do Vietnã e o fim da guerra

"Che" Guevara, médico, guerilheiro e ministro cubano, deixa Cuba, em 4 de outubro, para combater o imperialismo no exterior. Há boatos de que ele está na Bolívia



Em 15 de dezembro, duas cápsulas Gemini, a 6 e a 7, voam lado a lado no espaço por quatro horas, à distância de dois ou três metros

Em dezembro, o programa musical "Jovem Guarda", da TV Record de São Paulo, é um enorme sucesso entre os jovens. O programa é comandado todos os domingos pelo cantor e compositor Roberto Carlos, que apresenta convidados e amigos do rock nacional - conhecido por iê-iê-iê-, entre eles Erasmo Carlos e Wanderléia

Nesse ano, o estilista francês André Courrèges mexe com a moda ao apresentar sua coleção primavera-verão, recheada de vestidos de linhas retas, botas e aquela que viria a se tornar a vedete da década, a minissaia

Os Rolling Stones alcançam status de superastros do rock com a força de uma única música, "Satisfaction", que chegou ao topo das paradas de sucesso, antes nos EUA [vendeu mais de um milhão de discos] do que na Inglaterra

   
      1966    

Soviéticos anunciam, em 4 de abril, que a Luna 10 está em órbita da Lua

Em abril, Mao Tse-Tung lança a "Revolução Cultural" na China. Ele pretende expurgar todos os opositores que possuam algum poder dentro da máquina do Partido Comunista. Em instituições artísticas e educacionais, novas iniciativas de "crítica ao pensamento burguês reacionário" são empreendidas

Aumenta a oposição à guerra do Vietnã. Em 28 de maio, os estudantes nas universidades dos EUA e manifestantes nos gramados da Casa Branca, protestam contra a guerra

 Em 2 de junho, a sonda norte-americana Surveyor 1, que conseguiu pousar em solo lunar, envia fotografias mostrando uma superfície repleta de pedras, mas plana

Brasil cria fundo para trabalhador. É regulamentada, em 20 de dezembro, pelo presidente do Brasil, marechal Castelo Branco, a aplicação do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço)

A minissaia agita a moda e muda hábitos. A modelo Leslie Hornsby, conhecida por Twiggy, está popularizando a minissaia, difundida pela estilista inglesa Mary Quant. Twiggy dá o toque final ao visual com cílios postiços e meias coloridas. Certa de que se manterá em forma enquanto continuar a tomar a pílula, a mulher se sente novamente livre, como nos anos 20. A mini geralmente é usada com botas de plástico



"Blow Up" ["Blow Up - Depois Daquele Beijo"] de Michelangelo Antonioni, com Jane Birkin e Verushka é um filme cheio de referências dos anos 60

   
      1967    
     
O Congresso Nacional promulga, em 24 de janeiro, em Brasília, a nova Constituição brasileira, que substitui a de 1946

Toma possa, em 15 de março, como presidente do Brasil, o marechal Arthur da Costa e Silva. Eleito indiretamente pelo Congresso, Costa e Silva não era o candidato de Castelo Branco

Cerca de 10 mil hippies se juntam, em 26 de março, no Central Park, em Nova York. O ato foi pacífico e a maioria dos participantes tinha menos de 30 anos

Em junho, os Beatles lançam seu mais ousado LP, "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band". Os críticos dizem que é a melhor obra até então no mundo do rock



Em 18 de junho, a contracultura hippie da Califórnia, EUA, se transforma numa massa de cabelos compridos e flores, com a presença de 50 mil jovens no Festival Pop Internacional de Monterey. Artistas como o soul Otis Redding e os grupos The Byrds e The Mamas and the Papas são algumas das atrações

Em dezembro, é lançado o forno de microondas

Catherine Deneuve vive a esposa de um cirurgião que se sente atraída pela prostituição no filme "Belle de Jour" ["A Bela da Tarde" é o título em português], de Luis Buñuel

Nesse ano também, ao som de "Mrs. Robinson", entre outros sucessos de Simon & Garfunkel, Dustin Hoffman vive um jovem universitário recém-formado que se inicia sexualmente com uma mulher mais velha, no clássico "The Graduate" ["A Primeira Noite de um Homem"] de Mike Nichols

   
      1968    
     
Em fevereiro, cansados da fama, os Beatles, cercados de amigos, buscam paz de espírito no Ganges, Índia, com o guru Maharishi Mahesh Yogi

Em 17 de abril, o governo militar brasileiro decreta o fim de eleições diretas para prefeito em 68 cidades de "segurança nacional", inclusive as capitais estaduais

No dia 4 de abril, o líder da campanha pacífica dos direitos civis nos EUA, Martin Luther King, é morto a tiros na sacada de seu quarto, no segundo andar do Motel Lorraine em Memphis, Tennessee. A morte de Luther King enfurece os negros do país, desencadeando uma onda de conflitos em várias cidades

Em abril, no Teatro Biltmore, em Nova York, estréia "Hair", o primeiro grande musical de rock, dando voz à era dos hippies nos palcos da Broadway em um tributo à paz e ao amor livre

Em 22 de novembro, o governo brasileiro cria o Conselho Superior de Censura

O ministro da Justiça do Brasil, Luís Antônio da Gama e Silva, anuncia, em 13 de dezembro, em cadeia nacional de rádio e televisão, a edição do Ato Institucional nº 5 e do Ato Complementar nº 38, que decreta o recesso do Congresso Nacional. Agora, o governo passa a ter poderes absolutos sobre a nação. Com o recesso, o Executivo fica autorizado a legislar, suspender os direitos políticos de qualquer cidadão e cassar mandatos parlamentares


Protesto contra o AI-5

Nesse ano, a atriz Jane Fonda é "Barbarella", a heroína espacial de Roger Vadim

Caetano lança o LP "Tropicália" ou "Pane et Circenses" e, no mesmo ano, se apresenta com os Mutantes no Tuca, em São Paulo, com a música "É Proibido Proibir", sob vaias e tomates lançados ao palco. O uso de guitarras elétricas não agrada ao público

   
      1969    
     
O grande sucesso da carreira de Stanley Kubrick, "2001: A Space Odissey" [2001: Uma Odisséia no Espaço"], lançado em 1968, recebe o Oscar de efeitos visuais

Em julho, os músicos e compositores Caetano Veloso e Gilberto Gil, ambos com 26 anos, partem para seu exílio na Inglaterra. Presos em dezembro de 1968 numa boate do Rio de Janeiro quando faziam um espetáculo, ficaram encarcerados por dois meses

No dia 20 de julho, dois astronautas dos EUA, Neil Armstrong e Edwin Aldrin Jr. pisam na Lua, seis horas depois de pousarem suavemente o módulo lunar da Apolo, chamado de Eagle, no Mar da Tranquilidade.

"Mar de tranquilidade"


Em agosto, cerca de 500 mil pessoas enfrentam engarrafamentos, falta de comida e de água e chuvas para viver três dias de prazer no Festival de Música e Artes de Woodstock, na cidade de Bethel, em Nova York. Entre os artistas que se apresentam, Jimi Hendrix e Janis Joplin.



Em 30 de outubro, o general Emílio Garrastazu Médici toma posse, em Brasília, da Presidência do Brasil. Ele substitui o marechal Arthur da Costa e Silva, afastado do cargo desde 1º de setembro por motivo de doença

Em 4 de novembro, a polícia de São Paulo, sob comando do delegado Sérgio Paranhos Fleury, mata o guerrilheiro Carlos Marighella, líder da ALN (Ação Libertadora Nacional)

Em 15 de novembro, acontece a grande manifestação pacífica em Washington, exigindo o fim da guerra no Vietnã

Em 10 de dezembro, o dramaturgo irlandês Samuel Beckett, ganha o prêmio Nobel de literatura por "Esperando Godot", "A Última Gravação de Krapp" e "Dias Felizes"

É o ano de um dos filmes mais vigorosos dos anos 60, "Easy Rider" ["Sem Destino"], de Dennis Hopper, com Peter Fonda, Jack Nicholson e o próprio Hopper. O filme critica a intolerância e a vulgaridade da sociedade americana.


 Inté e Save Ferris!