quinta-feira, 7 de julho de 2011

Loucos Anos 20

Aloha!


Carinhosamente apelidada de "Loucos Anos 20", esta boêmia  década que trouxe ao mundo objetos de desejo, movimentos culturais e figurinhas televisivas, ainda hoje encanta - seja pelo glamuor dos buás e dos cigarretes ou por eventos que mudam não só as estruturas do Brasil, como abalaram todo o mundo.





Quem não se lembra - dos livros, claro - da "barulhenta" Semana de Arte Moderna? Os sete dias do evento-chave para uma forma de expressão naturalmente brasileira reverberam até hoje. Quem sabe se você, little girl, poderia usar o decote que-você-não-vive-sem pelas ruas se Pagu não tivesse mostrado ao povo paulista que não se tratava de atentado ao pudor, nada de mais. Sim, Pagu, que já tema do "meu, do seu, do nosso" Good Times, já era bullyinada há mais de 80!!! Mas se você leu o texto "Pagu, a porra-louca", deve lembrar que ela não teve, ao menos não diretamente, participação no evento.



 Participaram desse movimento os seguintes artistas: Anita Malfatti, Di Cavalcanti, John Graz, Alberto Martins Ribeiro,Oswaldo Goeldi, com pinturas e desenhos; Victor Brecheret, Hildegardo Leão Velloso e Wilhelm Haarberg, com esculturas; Antonio Garcia Moya e Georg Przyrembel, com projetos de arquitetura; os escritores Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, Sérgio Milliet, Plínio Salgado, Manuel Bandeira, Ronald de Carvalho, Álvaro Moreira, Renato de Almeida, Ribeiro Couto e Guilherme de Almeida; além de nomes já consagrados na música, como Heitor Villa-Lobos, Guiomar Novais, Ernâni Braga e Frutuoso Viana; entre vários outros artistas e intelectuais que vieram a tomar parte no movimento cultural que ali se iniciou.
 Eis aqui obras de alguns deles:
Quintinio Bocaiúva, jornalista. Por  Hildegardo Leão Velloso 
 
Tropical, de Anita Malfatti












Projeto de Residência.Por Antonio Garcia Moya
Mário e Oswald de Andrade













Heitor Villa-Lobos


As roupas e penteados eram um show à parte! A chamadas melindrosas - as moderninhas da época - imitavam no que podiam os astros Hollywoodianos (lembra do American Way of Life?)

Livre dos espartilhos, usados até o final do século 19, a mulher começava a ter mais liberdade e já se permitia mostrar as pernas, o colo e usar maquilagem. A boca era carmim, pintada para parecer um arco de cupido ou um coração; os olhos eram bem marcados, as sobrancelhas tiradas e delineadas a lápis; a pele era branca, o que acentuava os tons escuros da maquilagem. CLAUDIA GARCIA http://almanaque.folha.uol.com.br/anos20.htm
 O esteriótipo melindrona incluía silhueta reta - nada de cursas - e vestidos curtos mas elegantes (os costa-nua eram sensação...). Channel ditava as regras, dos blazers aos cortes curtos.

A atriz Clara Bow exibe o penteado  La Garçonne, cortado à altura da orelha.
pinupsfrombrazil.blogspot.com






















A década de 20 deu à luz à muita coisa:
  • Em 1923, é criada a primeira emissora de rádio do país, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro;
  • Picasso vinha a público com seu surrealismo pela primeira vez em 1925;
  • Cinema falado;
  • Falando nisso, como não citar clássicos como O Encouraçado Potekim de Sergei Eisenstein e Em Busca do Ouro do eterno "Vagabundo" Chaplin, ambos de 1925.
  • Pixinguinha "et al" inventa o chorinho;
  •  Até Popeye deu o ar de sua graça pela primeira evz na década de 20.




Roquete Pinto e sua Rádio Sociedade do Rio de Janeiro
Guernica expressa bem o surrealismo de Picasso




O famoso marinheiro foi criado em 1929.

O Cantor de Jazz, de 1927( provavel 1º filme falado)
23/Abril   

1929: superprodução e desenprego em massa
Entretando, toda esta euforia teria um fim trágicamente súbito.
No início da década, a Inglaterra ainda era a bam-bam-bam do mundo. Ainda. Porque a mesa virou - e feio - em 1929 com o famoso, porém doído, Crash da Bolsa de Valores de Nova York (o tal evento que abalou o mundo, causando mais que falências, suicídios dos que "perderam tudo"). Alías, a toda a Europa sofreu muito
com essa queda, principalmente os países envolvidos na Primeira Guerra Mundial, vencedores e perdedores (lembrem-se do que já disse Humberto Gessinger, "...no fim da guerra todos perdem ") e os que viveram regimes totalitaristas, como Itália, Portugal e, claro, Alemanha.



Bem, é isso...

O que começou tão bem, terminou desse jeito.
Parece novela, mas foram os anos 20.
Tão loucos, que experimentaram com intensidade sem presendentes os dois lados da moeda!




Inté e (excepcionalmente, em homenagem ao 21 anos sem nosso eterno exagerado) Save ZUZA!

Um comentário:

  1. Até Tarsila do Amaral perdeu seu dinheirinho e começou a pintar operários. Ficou mais humilde...rs

    Muito bom Abraço

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