quinta-feira, 19 de maio de 2011

Sir Charles Chaplin

Aloha!
Baixinho, branquelo, franzino, sobrancelhas grossas, bigote engraçado e andar inesquecível. Mudo, nem precisou de palavras para encantar multidões com seus trejeitos cômicos. Sir Chaplin é, mais uma vez, protagonista no Good Times de hoje.









Charles Spencer Chaplin ou simplesmente Charlie Chaplin, é o que se pode chamar de multi-homem: ator, diretor, produtor, comediante, dançarino, roteirista e músico. Nasceu em Londres em 16 de abril de 1889 e faleceu em 25 de dezembro de 1977, vítima de derrame cerebral, em casa, na Suíça.


O mais barato é que ele atuou, dirigiu, escreveu, produziu e financiou seus próprios filmes. Sua carreira no durou mais de 75 anos e seu personagem mais famoso é o imortal Carlitos (ou Vagabundo, acredito que por conta de suas roupas e sapatos enormes, que mais parecem ter sido de alguém muito maior que ele, mas com termos dignos de um tradicional lord britânico).
 
Em 2008, no livro Chaplin: A Life, Martin Sieff escreve:

 
"Chaplin não foi apenas 'grande', ele foi gigantesco (...) É duvidoso que algum outro indivíduo tenha dado mais entretenimento, prazer e alívio para tantos seres humanos quando eles mais precisavam."

Isso por que Chaplin "atravessou" vários momentos trágicos para a humanidade, como a Primeira Guerra Mundial e o Nazismo, sempre fazendo graça com esses temas tão pesados.
 
Filho de artistas, aprendeu a cantar com os pais. Seu primeiro trabalho regular foi em meio a problemas familiares: mesmo abalado com a morte do pai que o abandonara ainda pequeno e com a internação da sua mãe em um sanatório, assinou contrato como ator, interpretando um mensageiro em uma versão de Sherlock Holmes.

Os primeiros anos da vida de Chaplin se passaram em orfanatos, e foi neles onde Chaplin encontrou todos os elementos que utilizaria mais tarde nos roteiros dos filmes que dirigiu e interpretou. Essa primeira etapa da sua vida não tinha o humor nem a ironia com a qual o cineasta sensibilizou o público do mundo inteiro. http://www.casadobruxo.com.br/ilustres/chaplin.htm

 
A vida pessoal do gênio do cinema mudo foi, diria, tão intensa quanto suas obras. Casou e descasou várias vezes e chama a atenção sua "preferência" por mulheres (bem) mais jovens.
Em 1918, aos 28 anos, casou-se com Mildred Harris, de 16. Tiveram um filho que, por má formação, morreu três dias depois do parto. O fato abalou profundamente a vida do casal e a união durou apenas dois anos.
Depois disso, o namoro com Peggy Hopkins Joyce lhe inspirou a Uma mulher de Paris, de 1923.
Aos 35, Chaplin casa com Lita Grey, também de 16 anos, que conheceu durante as filmagens de Em Busca do Ouro. Ficaram juntos até 1926.
O casamento com Paulette Goddardem 1936. foi secreto e o divórcio saiu em 1942. Ele tinha 47 anos; Goddardem, 25.
Depois, terminou com a namorada Joan Barry, de 22 anos, por ciúmes dela.
Eis que surge a doce jovem de 17 anos Oona O'Neill (filha do dramaturgo Eugene O'Neill). Apaixonam-se e casam-se em 1943. Chaplin já passava dos 50 anos - 54, na verdade. Mas, mesmo com a extrema diferença de idade, ficaram juntos até a morte de Chaplin. O amor era tanto que dele, oito, dos onze filhos de Chaplin, vieram ao mundo. OITÔÔÔ!!!

Mas, chega de fofoca. Vamos ao que interessa: uma singela descrição do maior de seus gigantes personagens, retirada do site www.videoeobrachaplin.hpg.ig.com.br

Calças largas, uma casaca apertada, botinas enormes e chapéu-coco; com essas roupas estranhas, que completou com uma vara de bambu como bengala e um gracioso bigodinho, nasceu, no dia 2 de fevereiro de 1914, o imortal Carlitos, o personagem mais estimado e universal do cinema. A partir de então, estimulado pelo sucesso instântaneo de seu invento, introduziu-o em mil histórias diferentes e outros tantos enredos de celulóide que se misturam na memória coletiva de várias gerações. Mesmo para os menos versados na sua obra, é fácil supor que por trás de Carlitos não havia apenas um ator genial, mas também um talentoso roteirista, um produtor apaixonado pelo projeto, um compositor que realçava com sua música o caráter de cada cena e, é claro, um excelente diretor. O que talvez nem todo mundo saiba é que todos esses ilustres ofícios se incorporavam (em alguns casos ao mesmo tempo) na pessoa de Charles Chaplin, o primeiro criador que à sua arte, para regozijo da humanidade, se dedicou mais de meio século de seu gênio e criatividade.


Curiosidades:
  • Carlitos se chama, originalmente The Tramp, (O Vagabungo, em inglês), mas na França, na Itália, Espanha, Portugal, Grécia, Romênia e Turquia é conhecido com Charlot (Talves a idéia de Carlitos tenha vindo daí...)
  • Era fera no xadrez, tanto que chegou a competir com o campeão estadunidense Samuel Reshevsky
  • Charlei é sir., o título de Cavaleiro do Império Britânico foi dado em 1975 pela Rainha Elizabeth II. Recebeu título pareceido na França, o Légion d 'Honneur. Universidade de Oxford o nomeou Doutor Honoris e a Academia de Artes e da Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos, recebeu Oscar especial pelo conjunto da obra, em 1972.
  • Chaplin nasceu apenas três anos depois da primeira projeção cinematográfica pública dos irmãos Lumière, em Paris. E Lumière disse, certa vez: "Chaplin teve a gentileza de me confessar que os meus filmes o levaram a fazer os seus próprios filmes. Chamou-me de mestre, mas fui eu que tive o prazer de aprender com ele".
  • Chaplin desprezava a premiação do Oscar, chegando ao ponto de deixar uma estatueta ao lado da porta da Academia, para impedi-la de bater. Coisa de gênio talvez...
  • Foi recusado pelo serviço militar brutânico para servir na Primeira Guerra Mundail por ter peso e altura exigidos. Melhor assim!
  • Chaplin é tão massa que as homenagens ultrapassam os limites da atmosfera da Terra. O asteróide 3623 Chaplin, descoberto em 1981, não tem esse nome à toa.

  • Em 1992, sai Chaplin, filme de Richard Attenborough, com um Robert Downey Jr (ele mesmo, o "Homem de Ferro") incrivelmente parecido com Carlitos. Geraldine Chaplin, filha do ator, interprepa sua avó. O filme foi indicado ao Oscar de Melhor Ator ( para Downey Jr.), Melhor Direção de Arte e Melhor Trilha Sonora. 


  • Carlitos inspira até estilista mundo a fora. Saca só essa foto que demais:


modaecinema.wordpress.com
  • Quatro de seus filmes são citados no livro 1001 Filmes Para Ver Antes de Morrer: Em Busca do Ouro ("Em Busca do Ouro vem corroborar a crença de Charles Chaplin de que  tragédia e comédia nunca estão muito distantes uma da outra", David Robinson), Luzes da Cidade ("... o filme culmina com um desfecho profundamente tocante. Um dos verdadeiros marcos do cinema", Angela Errigo), Tempos Modernos ("Tempos Modernos foi o último filme em que Charles Chaplin fez o papel de Carlitos, personagem que ele criara em 1914 e que lhe trouxe fama e carinho universais", David Robinson) e Monsieur Verdoux ("Chaplin deu à história uma abordagem sócio-satírica nova e mordaz, em resposta à paranóia crescente dos anos de Guerra Fria", David Robinsos).

Com Einstein e Gandhi
Estátua de bronze em Waterville, Irlanda

 Frases:
 
"... mais do que de máquinas, precisamos de humanidade..."
"Se tivesse acreditado na minha brincadeira de dizer verdades, teria ouvido verdades que teimo em dizer brincando
Falei muitas vezes como um palhaço, mas jamais duvidei da sinceridade da platéia que sorria"
"A beleza é a única coisa preciosa na vida. É difícil encontrá-la Mas quem consegue, descobre tudo"
"Um dia sem sorrir é um dia desperdiçado"
"A vida é maravilhosa se não se tem medo dela"
"Se matamos uma pessoa somos assassinos. Se matamos milhões de homens, celebram-nos como heróis"
"Creio no riso e nas lágrimas como antídotos contra o ódio e o terror"
"O amor perfeito é a mais bela das frustrações, pois está acima do que se pode exprimir"
"A única coisa tão inevitavel quanto a morte é a vida"
"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos"




Filmografia testada e aprovada

(Não que os demais sejam dispensáveis, mas é difícil conseguir Chaplin por aqui)
Em Busca do Ouro 
(Gold Rush, The, 1925)
Escrito, dirigido e estrelado por Chaplin, é um longa de 96 minutos.
Sinopse: Durante a corrida do ouro de 1898, nosso vagabundo (Charles Chaplin) tenta a sorte no Alasca. Porém, tudo o que ele consegue é arrumar bastante confusão com Jim McKay (Mack Swain) e se apaixona pela dançarina Georgia (Georgia Hale). 
 




 
Tempos Modernos
(Modern Times, 1936)
Chaplin também dirige a atua este clássico das aulas de sociologia de 87 minutos
Sinopse: Trata-se do último filme mudo de Chaplin, que focaliza a vida urbana nos Estados Unidos nos anos 30, imediatamente após a crise de 1929, quando a depressão atingiu toda sociedade norte-americana, levando grande parte da população ao desemprego e à fome.
A figura central do filme é Carlitos, o personagem clássico de Chaplin, que ao conseguir emprego numa grande indústria, transforma-se em líder grevista conhecendo uma jovem, por quem se apaixona. O filme focaliza a vida do na sociedade industrial caracterizada pela produção com base no sistema de linha de montagem e especialização do trabalho. É uma crítica à "modernidade" e ao capitalismo representado pelo modelo de industrialização, onde o operário é engolido pelo poder do capital e perseguido por suas idéias "subversivas".
 
O Grande Ditador
(The Great Dictator, 1940)
Charlei, aqui, vive dois personagens: Adenoid Hynkel, o tal ditador do título e um barbeiro judeu
Sinopse: O filme começa durante a Primeira Guerra Mundial. Chaplin é um cadete do exército da nação fictícia da Tomânia e tenta salvar um soldado chamado Schultz (Reginald Gardiner). O personagem de Chaplin perde a memória quando o avião dos dois colide com uma árvore. Schultz escapa das ferragens, e Chaplin passa seus próximos vinte anos no hospital, enquanto muitas mudanças acontecem em Tomânia: Adenoid Hynkel (também interpretado por Chaplin), agora o grande ditador da Tomânia, perseguia judeus com a ajuda dos ministros Garbitsch (Henry Daniell) e Herring (Billy Gilbert). Curado, mas ainda com amnésia, Chaplin retorna à sua barbearia no gueto judeu, ainda sem saber da situação política da Tomânia. O barbeiro fica chocado quando tropas de choque quebram a janela de sua loja. Encontra, depois, um amor, Hannah, uma linda moradora do gueto.

Em 1965
Túmulos de Chaplin (à direita) e Oona O'Neill, na Suíça
Década de 1910
Robert Dooney Jr. incrivelmente parecido com Carlitos, no filme Chaplin

Cenas Clássicas:
Brincando com o globo - O Grande Ditador


Dança dos Pãezinhos - Em Busca do Ouro


Aperta-aperta - Tempos Modernos



Hoje, não tem nem o que falar.
Inté e Save Ferris - e Carlitos também, por que não...

Nenhum comentário:

Postar um comentário