quinta-feira, 5 de maio de 2011

Boatos da suposta morte de Paul McCartney

Aloha!

Calma! Nosso eterno beatle não nos deixou, embora haja que jure que ele bateu as botas nos anos 60...
O texto de hoje foi retirado do livro Segredos e Lendas do Rock, de Sérgio Pereira Couto. É um livro super acessível, tem um alinguagem legal e trás várias curiosidades sobre as bandas e artitas mais influentes do rock'n'roll.


Boatos e rumores sempre foram um atrativo para que as pessoas se interessem pelas celebridades. O mundo do rock, entretanto, possui histórias que vão além desse simples interesse e se misturam com a vida real de tal maneira que formam verdadeiros segredos e lendas que tanto fascinam os fãs. Neste livro, o autor seleciona e fornece detalhes a respeito de diversos fatos envolvendo os astros do rock, o que fará com que o leitor se divirta e solte a imaginação com tantas histórias envolvendo seus maiores ídolos.
Sérgio Pereira Couto


Que o súbito e enorme sucesso dos Beatles foi um verdadeiro fenômeno, ninguém discute. Porém, como todo grupo que sobrevive nas mentes das pessoas tantos anos após sua dissolução (...), sua mitologia gerou as mais diversas histórias possíveis. A mais conhecida é que o baixista do grupo, Paul McCartney, teria morrido em 1966 e sido substituído por um sósia, de nome Billy Shears. O fato de as capas dos últimos álbums da banda terem sido mais trabalhadas do ponto de vista artístico que as demais só aumentou os rumores. Há quem, até hoje, acredite que o agora Sir McCartney não passa de um impostor e há relatos de pessoas que teriam revirados os cemitérios da Inglaterra atrás de provas de onde seu corpo está enterrado.

É notável uma certa diferença entre as fotos

Analisemos agora alguns fatores que são reconehecidos e que, na opinião dos pesquisadores, poderiam ter contribuido para a criação deste mito.
(...) Paul sofreu, em 1966, um acidente de mobilete em Wirral, perto de Liverpool. Não foi nada grave, mas caiu na calçada e trincou um dente. O pedaço trincado passou pelo lábio superior e o cortou. (...) esse foi o motivo pelo qual ele deixou crescer o bigode: disfraçar o lábio inchado e o dente trincado. A banda inteira deixou o bigode crescer e aí começou a surgir o visual de Sgt. Pepper's Lonely Heart Club Band, considerado o melhor da história do rock.

Os Quatro Rapazes Bigodudos de Liverpool
O tempo passou e nenhum outro fato foi acrescentado. Porém, os conspirólogos estavam apenas aguardando o momento certo para anunciar a história. Isso aconteceu em 12 de outubro de 1969, numa rádio norte-americana da cidade de Detroid, a WKNR-FM. O DJ chamado Russ Gibb recebeu um telefonema de um ouvinte que passava instruções para que conseguisse identificar algumas pistas em músicas e capas de discos que indicavam a suposta morte. Fascinado pela possibilidade, Gibb leu as tais pistas no ar e ainda improvisou outras.
(...)
Os jornais locia não só prestaram atenção nas supostas pistas como também as publicaram, incluindo, claro, a capa do último álbum, Abbey Road, e a dos álbuns Sgt. Pepper's e Magical Mistery Tour.
A capa do Abbey Road, que era justamente o disco que estava sendo lançado quando os boatos começaram, foi analisada de maneira exaustiva.
(...)


1. O fato de que Lennon, Stare E Harrirson estão atravessando a famosa faixa de pedestres em frende ao estúdio Abbey Road, em Londres, com as pernas na mesma posição e calçados, emquando McCartney está descalço e com as pernas em posição contrária.
2. No fundo da cena, há um fusca (beetle, como é conhecido na Inglaterra), para do com a placa 28 IF, que foi interpretado como uma mensagem oculta: McCartney teria 28 anos se (IF em inglês) estivesse vivo.
3. Paul está na foto segurando um cigarro com a mão direita. Porém, o "verdadeiro" Paul era canhoto.
4. Os pés descalços de Paul são uma mensagem tradicional da máfia, representando um homem morto.
5. À direita na cena pode ser visto um carro preto que se assemelha muito a um carro fúnebre.
6. Essa é a mais complexa: na capa do disco, cada um dos beatles representa um papel diferente. Assim John Lennon vai à frente todo de branco (que representaria o médico), seguido por Ringo Starr, todo de preto (que seria o padre), Paul McCartney (o morto) e George Harrison, que está vestido inteiramente de jeans, representando um operário (ou, em outras versões, o coveiro).

Nãos satisfeitos em transformar Abbey Road num verdadeiro circo de horrores, os conspirólogos, auxiliados indiretamente por Gibb, voltaram suas atenções para os demais discos. Assim Sgt. Pepper's, com sua capa cheia de rostos e silhuetas, seria a "prova" de que a morte de fato aconteceu. Como o nome Beatles nesta capa está formado por flores, para os conspirólogos seria o retrato do funeral de Paul. E mais ainda: no final da primeira faixa "Paul" canta o verso:

"So let me introduce to you the one and only Billy Shears." -> "Então deixe-me apresentar-lhe o primeiro e único Billy Shears".

A idéia inicial era que a banda introduzisse nas faixas vários personagens, mas apenas o tal Billy Shears (que na verdade seria o personagem feito por Ringo durante a famosa A Little Help from my Friends, mais tarde popularizada por Joe Cocker e o seriado Anos Incríveis) foi citado. Os conspirólogos resolveram também se aproveitar disso. E a explicação para o tal fato era completamente maluca.

A Day In The Life
Como o verdadeiro Paul teria morrido num acidente de carro (mais tarde ligado ao acidente descrito por Lennon na letra de A Day in the Life, de Sgt. Pepper's), foi feito um concurso nacional de sósias para escolher um substituto. Eis que aparece William Campbell ou Billy Shears, que teria sua aparências melhorada ainda mais por meio de algumas operações plásticas para aumentar sua semelhança com o Beatle morto. A única falha seria uma cicatriz no lábio superior e que passou a aparecer nas fotos. Assim, o simples acidente de mobilete já descrito tornou-se a falha que identificaria o sósia. Como houve a estranha substituição, os outros componentes e produtores da banda teriam começado a divulgar várias pistas para que a verdade fosse descoberta.

Nem a trilha sonora do filme Magical Mistery Tour, lançada no mesmo ano que Sgt. Pepper's escapou. Em I Am the Walrus a banda aparece vestida de animais, entre eles uma morsa (walrus em inglês). Os conspirólogos já afirmaram que a morsa, em algumas religiões xamanistas lá para os lados da Sibéria, seria a mensageira da morte. A letra da música, uma das melhores de Lennon na banda, é completamente sem sentido e foi feita enquanto o músico estava sob efeitos de drogas. Segundo algumas fontes, já naquela época, Lennon e os demais se cansavam de ter suas letras constantemente analisadas e ele teria feito aquela música para confundir os primeiros conspirólogos. Durante o vídeo da música, pode-se perceber claramente que era o próprio Lennon quem usava a fantasia da morsa, mas no albúm seguinte, o duplo The Beatles (também conhecido como Albúm Branco), ele faria uma outra música, chamada Glass Onion, em que afirma:

"Well here's another clue for all/ The walrus was Paul." - > "Bem , aqui está outra dica para todos/ A morsa era Paul"

Afinal, a morsa era Lennon ou McCartney? Os conspirólogos não aceitaram a possibilidade de ser Lennon, por isso colocam também esta como uma "evidência" da conspiração beatle para ocultar a morte de McCartney. O próprio "morto" diria numa entrevista:

"John escreveu Glass Onion, quero dizer, criou-a e eu o ajudei, e quando a escrevíamos pensávamos especificamente nesse pessoal que escrevia perguntando: 'Quem é a morsa, John? Você era a morsa?' e nós rimos e dissemos 'isso, vamos fazer assim'. Vamos pôr esse verso porque todos vão lê-lo e pirar porque pensavam que a morsa era John."

Achar outras supostas pistas nos demais álbuns foi apenas uma questão de tempo e adequação para que o mito crescesse e criasse vida própria. O mais interessante é que, enquanto todos acreditavam que McCartney estivesse morto, ele estava em férias na Escócia e teve de ir a público desmentir os boatos sobre sua morte.
Sobre a capa de Abbey Road, McCartney comenta, na Antologia:

"Era um dia muito quente de agosto e eu tinha chegado de terno e sandálias. Fazia tanto calor que chutei as sandálias fora e atravessei descalço para algumas tomadas e por acaso na tomada que ele (o fotógrafo) usou, eu não estava calçado. estilo Sandie Shaw. Muita gente andava descalça e isto não me pareceu grande coisa."

Porém, o tempo passou e os "novos" fatos foram sendo encontrados que contribuíram para que a lenda aumentasse ainda mais. É claro que a banda sempre negou qualquer envolvimento com os boatos, mas alguns pesquisadores do rock acreditam que eles tenham visto a oportunidade como meio de promoção e aderido a brincadeira com o passar do tempo.

Seja como for, com ou sem morte, Abbey Road teve uma brilhante carreira nas paradas musicais daquele ano. Foi lançado na Inglaterra em 26 de setembro de 1969 e ficou por 19 semanas na lista dos mais vendidos da revista Melody Maker, 11 delas no primeiro lugar. Em 1º de outubro, saiu nos Estados Unidos e 87 semanas na parada da Billboard, 11 delas na liderança. Em 27 de outubro, o álbum ganhou seu primeiro disco de ouro e foi o mais vendido da carreira dos Beatles. Se isto aconteceu por causa dos boatos que envolveram McCartney, só ele mesmo poderá dizer.


Inté e Save Ferris

Um comentário:

  1. olha o paul não morreu pq eu fui esses dias no show dele em londres ele está vivo abbey road não significa nada e o padre não se veste de preto se veste de branco o pastor q pode usar preto

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