quinta-feira, 28 de abril de 2011

Pagu, a "porra-louca"

Aloha!

Diva, deusa, musa ou porra-louca?
Pagu encanta pela personalidade "excêntrica" (ou melhor, à frende da sua época)
Nesta quinta nublada, tem  'chará' no GOOD TIMES

Patrícia Rehder Galvão foi uma escritora, jornalista e militante comunista que teve grande destaque no movimento modernista iniciado em 1922. Foi a primeira mulher presa no Brasil por motivações políticas (foram 23 prisões, ao todo).

Muuuuuito a frente da sua época, causava polêmicas por fumar na rua, pintar os lábios de roxo, usar blusas decotadas e transparentes, dizer palavrões e ter muuuuitos namorados.

Aos 15 trabalhava no Brás Jornal, assinando Patsy.
Com 18 anos estava integrada ao movimento antropofágico, de cunho modernista, sob a influência do casal Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral (aquela mesmo, do pé-grande "Abaporu"...).  - e mais que isso: era considerada musa do movimento!

E é com 18 que Pagu sai de casa e passa a morar eles. Oswald se separa para casar-se com a jovem, PASMEM, num cemitério, em frente ao túmulo da família Andrade (!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!)

Nas palavras do próprio Oswald: "Nesta data contrataram casamento a jovem amorosa Patrícia Galvão e o Crápula forte Oswald de Andrade”.




Também participou da Revista de Antropofagia, publicada entre 1928 e 1929 como desenhista e ilustradora.

 (Aliás, recentemente foi lançada o livro Caderno de Croquis de Pagu, com vários desses trabalhos)

Depois de ser presa em Paris, em 1935 (com uma identidade falsa), volta ao Brasil é torturada pela ditadura. Ao sair da prisão, 5 anos mais tarde, rompe com o Partido Comunista e passa a denfeder o socialismo de Trotsk.

Em 1952, Patrícia passa a frequentar a Escola de Arte Dramática de São Paulo e traduz várias obras, como A Cantora Careca de Ionesco.

Volta a Paris, mas dessas vez para se submeter a uma cirurgia de retirada de câncer. Como não obteva resultados positivos, Pagu tenta o suicídio. E sua obra "Verdade e Liberdade" mensiona esse episódio: "Uma bala ficou para trás, entre gazes e lembranças estraçalhadas". Morreu em 12 de dezembro de 1962

O apelido "Pagu" foi dado quando poeta modernista Raul Bopp decicou-lhe um poema, achando que seu fosse fosse "Patrícia Goulart"
E nem foi seu único pseudônimo. Estes eram inúmeros. “Zazá”, “Patsy”, “Pat”, “Solange Sohl”, “P.T.”, “P.G.”, “Mara Lobo”, “Irmã Paula”, “G. Léa”, “Leonnie”, “Ariel”, “Brequinha”, são apenas alguns...



Em 1950, faz uma última tentativa na militância política, concorrendo à Assembléia Legislativa, pelo Partido Socialista Brasileiro, quando então lança um manifesto onde afirma que as condições degradantes a que foi submetida abalaram seus nervos e inquietações, transformando-a numa rocha vincada de golpes e amarguras, destroçada e machucada, mas irredutível. Não é eleita. Até os anos 50 colabora com vários jornais e algumas revistas de São Paulo e Rio de Janeiro. Em 1955 passa a ser crítica literária e, também, de teatro e televisão do jornal “A Tribuna” de Santos, tarefa que desempenha excepcionalmente até o ano de sua morte. Por sinal, torna-se a fundadora da Associação dos Jornalistas Profissionais de Santos. Suas colunas de jornal, seus diálogos, seus desenhos, seus escritos, suas atitudes, expressaram, sempre, de maneira forte, inequívoca e sem tréguas, sua mentalidade renovadora e original; sua falta de condescendência com a hipocrisia, egoísmo e “babugens” (como costumava dizer) do mundo; sua luta para arrancar esse mesmo mundo de seus estreitismos, desigualdades, absurdos, preconceitos; sua sensível e inabalável solidariedade ao ser humano privado de seus direitos fundamentais; sua constante revisão de si mesma e seu eterno sonho de liberdade e fraternidade e de um mundo sem fronteiras, onde a arte, a criação e a sensibilidade seriam a moeda universal.
Rascunhos da Vida
(http://rascunhosdeandreavaz.blogspot.com)




Em 2004, uma catadora de papel em Santos, encontrou no lixo uma grande quantidade de fotos e documentos da escritora e do jornalista Geraldo Ferraz, seu último companheiro. Hoje as fotos fazem parte do arquivo da UNICAMP.

Rita Lee e Zélia Duncan homenageiam-na na música homônima:

(recomendadíssimo)



http://search.4shared.com/q/1/pagu

Sou rainha do meu tanque
Sou Pagu indignada no palanque
Fama de porra louca
Tudo bem!
Minha mãe
É Maria Ninguém


E falando em música, alguns cláassicos da MPB me lembram ela. Não sei se é impressão ou se é intencional dos compositotes, o fato é que certos trechos retomam a  figura Pagu. Duas delas são:

Alegria Alegria...
(Caetano Veloso)

Caminhando contra o vento
Sem lenço e sem documento
No sol de quase dezembro                              
Eu vou...

(...)

Por entre fotos e nomes
Os olhos cheios de cores                                     
O peito cheio de amores vãos
Eu vou
Por que não, por que não...



... e Bandolins
(Oswaldo Montenegro)

(...)
Seu colo como
Se não fosse um tempo
Em que já fosse impróprio
Se dançar assim

Ela teimou e enfrentou
O mundo
Se rodopiando ao som
Dos bandolins...


Agência Patrícia Galvão

"A Agência Patrícia Galvão é uma iniciativa do Instituto Patrícia Galvão, criada em 2009 para atuar na produção de notícias e conteúdos sobre os direitos das mulheres brasileiras"













Eternamente Pagu  - O filme de 1988 motra desde seus "escândalos" 
até a viagem à Argentina, na qual encontra Luiz Carlos Prestes. 
Nomes como Atônio Fagundes e Beth Goulart compõe o elenco.





As fotos datas na legenda foram retiradas do blog Viva Pagu 
(http://www.pagu.com.br/blog/imagens-de-pagu/


Bem, fico por aqui, mas não sem antes citar um pequeno e intenso poema desta intensamente grande mulher:

"Sonhe. Tenha pesadelos se 
necessário for.Mas sonhe" Patícia Galvão




Inté e Save Ferris

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